sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Jack Reacher: Never Go Back (2016)


Os filmes americanos de acção estão a evoluir numa direcção agradável. O foco tende a ser no movimento, na emboscada e na perseguição, com um herói carismático e moderno o suficiente para o afastar da rotina  dos filmes do género. O caso de maior êxito é provavelmente John Wick, com Keanu Reeves, mas antes de John Wick houve um outro herói carismático e atípico que fez a diferença num filme de acção francamente bom e que podia ter colhido mais alguns louros do que os que acabou por colher. Foi Jack Reacher, em 2012, com um Tom Cruise no papel do tal herói carismático que, além da acção, transportava um diálogo sublime de encher o olho, com decisões cruéis anormais, deliciando o espectador. Uma sequela seria bem vinda, se conseguisse manter o charme e estilo do primeiro filme, mas infelizmente, além de alguns momentos carismáticos de Cruise e das boas cenas de acção (sem dúvida, estão lá), o filme dispersa-se tanto que é possível recortá-lo, escolhendo apenas as melhores partes, que a experiência seria melhor. Desde logo porque Cruise partilha o écrã em partes iguais com Cobie Smulters (a Robin de How I Met Your Mother), e a actriz não consegue acompanhar o carisma do aqui insensível pai Tom, fazendo o espectador exasperar pelo regresso do protagonista à acção. As cenas do filme são ligadas de forma pouco ou nada sedimentada, como que sucessivamente transmitindo nova informação caída do céu que transporta uma trama que é sempre previsível. Quando Tom Cruise não está no écrã a fazer das suas, a cumprir a fantasia de acção de derrotar sozinho apenas com os punhos um grupo de 5 homens armados, parece que estamos a ver um produto televisivo, saído de uma qualquer série policial anónima do AXN, e isso é apenas preguiça de quem está por detrás do filme. Não é suficiente.

Porque é bom: Boas cenas de acção; interpretação carismática de Tom Cruise.

Porque é mau: Enredo disperso, com um duo de personagens que não tem química; trama estereotipada ensossa e preguiçosa, com pouca ambição; na ausência de Cruise o filme transforma-se numa qualquer série policial anónima televisiva

Sem comentários: