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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Top The Fading Cam Os 160 Melhores Filmes da Década 2010: 120 - 91

Continuamos a trilhar caminho nesta gloriosa e trabalhosa lista, entrar no Top 100, e continuar a subir até ao 91º lugar. Eis mais 30 belíssimos filmes desta década:

120º "The Old Man and the Gun" (2019) - David Lowery

É o adeus de Robert Redford a uma carreira arrebatadora. Alegadamente o seu último filme, uma reflexão sobre a velhice e a matreirice, sem esquecer o entretenimento que a sua obra sempre soube proporcionar, Redford termina com mais uma deliciosa interpretação ao lado de Sissy Spacek.





119º "The Cabin in the Woods" (2012) - Drew Goddard

Foi apelidado de meta-filme de terror, desmanchando as camadas do género como se fosse uma cebola, brincando consigo próprio e pregando paridas ao espectador. Numa altura em que o horror americano suspirava por novos autores, eis que Goddard, Drew e não Jean Luc, atira as regras do género para uma misturadora e entrega um filme confusamente sólido e eficaz que vai além do mero exercício experimental.





118º "Bad Lieutenant" (2010) - Werner Herzog

Uma espécie de nova aproximação ao clássico com Harvey Keitel, Herzog sai da zona do documentário para pegar num sempre frenético e louco Nic Cage e entregar um filme negro sobre corrupção, com o jeito alucinatório e experimentalista do realizador, que não se coíbe de filmar lagartos em ângulos obtusos enquanto Cage debita os seus monólogos em pano de fundo.




117º "Unstopabble" (2010) - Tony Scott

É um comboio que nunca pára. É esta a proposta de Tony Scott para o super filme pipoca que é protagonizado por Chris Pine e Denzel Washington. E é terrivelmente eficaz. Scott pega no disaster movie e, sem quaisquer pudores, entrega ao espectador um sólido thriller que quase não tem por onde se lhe apontar o dedo. Daria vontade de gozar com esta premissa, mas Tony Scott desarma-nos e prova que não existe lugar para o preconceito de género em cinema.





116º "Maggie" (2015) - Henry Hobson

É Schwarzenegger num raro papel dramático e é fantástico. Uma estranha mistura de horror, drama familiar e thriller, a filha do peso pesado de Hollywood está infectada com uma misteriosa doença e cabe ao pai fazer o melhor para tornar a vida da filha confortável. É precisamente pela originalidade de ver Schwarzenegger num papel tão diferente que o filme resulta. Uma reflexão original que nos dá uma interpretação única do veterano.




115º "Creed" (2015) - Ryan Coogler

Uma espécie de reboot/sequela de Rocky, Creed é um dos melhores filmes de desporto dos últimos anos. A realização au point, um Michael B. Jordan em ascensão e um Stallone que injustamente perdeu o Óscar de melhor Actor Secundário interpretam um argumento orgulhosamente modernaço, com drama social, sem nunca esquecer a emoção e realismo do pugilismo.





114º "10 Cloverfield Lane" (2016) - Dan Trachtenberg

Uma sequela espiritual do emblemático Cloverfield, 10 Cloverfield Lane surgiu nos cinemas de surpresa, efeito do seu brilhante marketing e secretismo de produção. Mary Elizabeth Winstead acorda no bunker do misterioso John Goodman, que lhe diz que lá fora o Mundo acabou devido a uma invasão e um vírus que não sabe caracterizar. Não resta outra escolha à protagonista que não acreditar na palavra do seu captor. Um dos filmes mais tensos e originais da década, não há dúvida que o chamado cinema de género deu cartas para este Top.





113º "Toy Story 4" (2019) - Josh Cooley

Não seria de esperar que Toy Story 4 sequer existisse e muito menos que conseguisse manter o nível em relação aos seus antecessores, mas não é que surpreendentemente consegue? Este 4º capítulo é mais uma emocionante e emocional entrada na história destes brinquedos. É um filme que dividirá os fãs mas é a prova que como não é necessária uma aventura de grandes dimensões para entregar iguais sentimentos ao espectador.





112º "Force Majeure" (2015) - Ruben Ostlund


Criativo drama familiar sobre um pai que decide fugir no momento em que uma avalanche ameaça a sua família, Ruben Ostlund apresenta uma curiosa contemplação do diálogo familiar, em jeito de comédia negra dramática difícil de categorizar. É um filme com uma moral difícil de ignorar e raramente explorada em cinema.






111º "Knock Knock" (2015) - Eli Roth

Filme profundamente divisivo e provocador, Knock Knock questiona a moralidade de um pai de família inesperadamente seduzido até à exaustão por duas belas jovens, acabando por sucumbir à traição. Parte exploitation, parte comédia negra, parte drama erótico, Keanu Reeves é o actor ideal para provocar o sentimento misto que Roth pretende no espectador. E é tão terrivelmente eficaz que provavelmente Knock Knock nunca será visto por ninguém uma segunda vez, nem que seja para evitar discussões de casal.





110º "It Comes At Night" (2017) - Trey Edward Shults

O melhor terror é provavelmente aquele que fica por revelar, uma vez que a atmosfera de mistério e horror esvazia-se ao materializar a confrontação dos seus protagonistas com a fonte do medo. O filme de Shults consegue segurar esta atmosfera até ao último momento num raro exercício minimalista soberbamente realizado. It Comes At Night foi muito elogiado, e não foi sem motivo.





109º "The Hidden Life" (2019) - Terrence Malick

Mais uma incursão de Malick no género visual que caracteriza o seu cinema desde Tree of Life, Hidden Life é um filme naturalista contemplativo e ao mesmo tempo dramaticamente filosófico sobre um objector de consciência austríaco durante a 2º Guerra Mundial. A realização magistral faz relevar a sua temática em cada plano habilmente construído pelo mestre.





108º "The Zero Theorem" (2014) - Terry Gilliam

Mais uma alucinação futurista burocrática de Terry Gilliam na senda de Brazil, Christoph Waltz é um sujeito cuja única tarefa é esperar que um telefone toque para o atender. É, como sempre, uma distopia fascinantemente construída pelo ex Monty Python, e não será o seu minimalismo a menorizar o impacto das sensações que proporciona.






107º "21 Jump Street" (2012) - Christopher Miller, Phil Lord

Uma fantástica comédia buddy cop baseada na famosa série dos anos 80 com Johnny Depp, Channing Tatum e Jonah Hill conseguem construir algo de diferente das regras mainstream das comédias americanas de acção de grande orçamento. A sátira do liceu contemporâneo vs anos 80, as banalidades do dia a dia, o tom provocatório, 21 Jump Street é óptimo!





106º "Foxcatcher" (2015) - Bennett Miller

Mais um drama de desporto, estranhamente realista, com um cast mais habituado à comédia, mas que consegue obter aqui o efeito precisamente contrário. É provavelmente a melhor interpretação da carreira de Channing Tatum e Steve Carell não fica atrás. Um drama humilde, que se revela nas emoções contidas nas suas personagens, é uma lição sobre o que é diametralmente oposto ao melodrama em linguagem cinematográfica.






105º "The Eyes of My Mother" (2016) - Nicolas Pesce

Há algo de horror exploitation neste Eyes of My Mother, alguma influência do infame Martyrs e da sua corrente do "novo extremismo francE^s", enfim, toda uma lógica narrativa e visual brilhantemente cuidada pelas mãos do jovem artista plástico Pesce. É um filme perturbador, original, criativo, com um monstro ambiguamente desenvolvido de forma brilhante por Kika Magalhães ao som de Amália Rodrigues. Seria bom que o nosso país lhe desse o merecido mérito.





104º "Sicario: Day of the Soldado" (2018) - Stefano Sollima

Uma sequela que não fica a dever quase nada ao grande filme de Denis Villeneuve. Del Toro e Josh Brolin estão novamente mergulhados no escuro mundo do narcotráfico, num thriller que oferece realismo e tensão desarmantes e um belo contra-argumento à administração Trump, sem artifícios.





103º "Expendables 2" (2012) - Simon West

Sim, é um dos filmes com os gajos todos do cinema de acção a partir tudo. Introduzindo Van Damme como vilão, Expendables 2 distingue-se dos outros pelo carisma dos seus heróis e particularmente de Van Damme. É uma masterclass sobre como realizar filmes de acção de finais dos anos 80/início dos anos 90 na actualidade cheia de carisma, one liners e músculos.





102º "mother!" (2017) - Darren Aronofsky

É o pesadelo lúcido de Aronofsky, um enorme meta filme metáfora impossível de caracterizar, que polarizou audiências, provocou saídas de sala e ovações de pé. Uma das experiências mais marcantes da década em sala.








 101º "Clouds of Sils Maria" (2015) - Olivier Assayas

Curioso ver como Kristen Stewart e Robert Pattinson se tornaram actores de culto. Stewart consegue rivalizar nesta obra de Assayas com a experiência de Binoche neste drama Bergmaniano sobre o envelhecimento, a fama e o mundo do espectáculo.







100º "Vox Lux" (2019) - Brady Corbet

Se a Star is Born fazia um excelente trabalho ao colocar o espectador em cima do palco, Vox Lux faz um trabalho criativamente superior ao colocar o espectador na plateia, detentor do olhar de um observador clínico. E é essa a relação do espectador com Vox Lux: a de espectador que assiste ao espectáculo da plateia, com uma Natalie Portman livre, subversiva, poderosa.







99º "Another Earth" (2011) - Mike Cahill

Um drama de ficção científica independente de rara beleza, o filme protagonizado por Brit Marling é um raro micro-drama humano com pano de fundo de sci-fi épico. Jogando com artifícios metafísicos e interpretações sólidas, Another Earth é surpreendentemente confortável e minimalisticamente original.






98º "A Herdade" (2019) - Tiago Guedes

Há muito tempo que não se via um filme português tão sólido direccionado para o grande público. Um épico histórico familiar acerca de uma herdade no Alentejo e a família que a governa. Albano Jerónimo é brilhante numa não menos brilhante realização de Tiago Guedes que finalmente se afirma como, e é arriscada a afirmação, o primeiro realizador a fazer cinema comercial a sério em Portugal.






97º "Martha Marcy May Marlene" (2012) - Sean Durkin

Desconcertante drama acerca de um culto algures na ruralidade norte-americana, Elizabeth Olsen é a jovem "recruta", repleta de sonhos que irá ouvir as palavras do "mestre" John Hawkes. MMMM é perversamente sombrio e psicologicamente desafiante, realizado de forma sábia e positivamente calculista por Sean Durkin.






96º "Shutter Island" (2010) - Martin Scorsese

O veterano Scorsese realiza um thriller com uma linguagem estranhamente comercial, mostrando que é possível fazer cinema de fácil consumo sem fazer do espectador burro. Um remake espiritual de The Cabinet of Dr. Caligari, este é um thriller psicológico de belo efeito com mais uma grande performance de DiCaprio.






95º "Evil Dead" (2013) - Fede Alvarez

Remake do filme de culto com Bruce Campbell, esta nova versão de Fede Alvarez ganha também estatuto de culto por mérito próprio. Evil Dead é um festival de gore, humor negro satírico e homenagem ao original de Sam Raimi que não está preocupado em copiar, mas sim em criar. É o filme moderno perfeito para uma noite de Halloween.





94º "Carnage" (2011) - Roman Polanski

Deliciosa adaptação de Polanski da original peça de teatro, dois casais discutem uma briga entre os dois filhos na escola numa brilhante comédia negra, sem nunca sair do mesmo espaço. Só seria possível com as 4 brilhantes interpretações dos seus protagonistas.








93º "Suspiria" (2018) - Luca Guadagnino

Uma aproximação arriscada de Guadagnino ao filme de culto de Carpenter, que tem o mérito de se reinventar. Dotado de uma realização fascinante e uma fotografia refinada, Suspiria é um filme inteligente, mas não tão inteligente como julga ser. Ainda assim o seu elogio ao movimento, ao secretismo, ao oculto, são tudo armas deliciosamente ornamentadas que irão satisfazer o espectador que souber libertar-se do original de Carpenter.






92º "The Shallows" (2016) - Jaume Collet-Serra

Viva a Série B! Thrillers com este grau de originalidade são poucos, porque apesar da temática tubarão ser recorrente provavelmente nunca vimos um tão realista, intenso, minimalista e, por isso mesmo, original. Essa originalidade, aliada a uma realização criativa, vistosa e eficaz fazem deste um dos melhores thrillers Série B dos últimos anos.





91º "Inherent Vice" (2015) - Paul Thomas Anderson

Um filme que não obteve a devida atenção na filmografia de Paul Thomas Anderson e Joaquin Phoenix, este é um drama auspicioso, com um humor neon movido a álcool e psicotrópicos. É sem dúvida desequilibrado, mas é esse desequilíbrio que faz com que muitos o apelidem de obra-prima. Estranho e desafiante, Inherent Vice é uma experiência para ter sem expectativas.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Top The Fading Cam Os 160 Melhores Filmes da Década 2010: 140 - 121

Não será nunca uma lista consensual. O cinema é arte para sentir e uma arte para ver. Nesta lista caberão todos os filmes que mais sentimento transmitiram e maior entretenimento proporcionaram. Aqueles que, na nossa opinião, mais fizeram pelo cinema esta década. Eis a segunda tranche:

140º "Dunkirk" (2017) - Christopher Nolan

Provavelmente não existe nenhum realizador neste momento em Hollywood a gastar milhões tão bem como Nolan. Dunkirk é mais um filme com uma estrutura original, e, dentro do cinema comercial, talvez o mais intenso da década. Tecnicamente irrepreensível, Nolan coloca o espectador na cadeira de observador, sem personagens principais, sem heróis, apenas observando o horror, o movimento.




139º "Locke" (2014) - Steven Knight

Num exercício original pela sua estrutura e tom  underwhelming, Knight filma Locke numa localização única, com um Tom Hardy superlativo no interior do seu carro, procurando resolver a sua vida profissional e familiar. Uma espécie de thriller que joga com as regras da vida da pessoa comum ao invés de terroristas e assassinos. Poderia parecer apenas uma tentativa de algo que se quer diferente à força, mas Locke nunca perde a solidez do seu argumento.



138º "Sully" (2016) - Clint Eastwood

Eastwood volta à glorificação do herói do dia a dia, com a história real do piloto que aterrou um avião comercial de passageiros em pleno rio Hudson após uma avaria técnica. Poderia ser mais uma xaropada americana, mas com Eastwood não o é. Nunca é. Sully é um filme sempre ciente da sua estabilidade argumentativa, que entrega ao espectador um Tom Hanks (um herói do dia a dia) em excelente forma. E depois existe ainda o soberbo trabalho de edição e mistura de som...




137º "The Visit" (2015) - M. Night Shyamalan

Foi o tão esperado regresso de Shyamalan à boa forma depois de atrocidades como The Last Airbender. Uma comédia de terror criativa que joga com as regras do género para criar algo que afinal nem é assim tão assustador? Um filme sem uma pinga de pretensiosismo que nunca se leva demasiado a sério, com a realização que sempre foi cunho de Shyamalan. Umas vezes resulta, outras não. Aqui resultou muito bem.


136º "The Flowers of War" (2011) - Yimou Zhang

Drama de guerra do veterano realizador chinês, Bale (mais uma grande interpretação) é um padre americano enviado para ser responsável por uma catedral ocidental em plena capital da China, em 1937, que serve de refúgio a várias mulheres perante os horrores da invasão japonesa que tomou de assalto a capital. Zhang não se preocupa,e bem, com a reconstituição histórica do que se passou, mas sim com o drama de personagem, o vulnerável padre, e as mulheres que procura proteger. Pode ser apelidado de melodrama, como é apanágio recente do realizador, mas tomara todos os melodramas serem assim.


135º "The Ides of March" (2011) - George Clooney

Clooney sempre teve jeito para este tipo de filmes de bastidores, clinicamente frios, crus e amorais. Relembremos Michael Clayton. Gosling faz dupla nesta guerra fria política negra e viciante, a lembrar a linguagem dos velhos filmes noir. 




134º "Call Me By Your Name" (2018) - Luca Guadagnino

Pode ser chocante para alguns que a obra que catapultou Guadagnino esteja tão em baixo na lista. É verdade que Call Me By Your Name é uma belíssima história de um primeiro amor contado através dos olhos do jovem Elio, mas não é por isso que deixa de ser um filme contraditório em algumas das suas filosofias para onde remetemos a leitura da nossa crítica completa. Que é um objecto de extrema beleza onírica, disso não restam dúvidas.




133º "Shoplifters" (2018) - Hirokazu Koreeda

Fantástico drama social da realidade japonesa, Koreeda assina mais um grande filme familiar, liberto de pretensiosismo e auto-comiseração. O realizador não se fica pela observação de Ozu, numa linguagem semi-documental, dedicando o último terço da película à dissecação objectiva daquilo que apresentou, para devastação emocional do espectador.





132º "Interstellar" (2014) - Christopher Nolan

Outro belíssimo exemplar de entretenimento comercial de Nolan, desta vez aventurando-se no espaço e no tempo. Já foram mais que debatidos os erros científicos que o filme alegadamente apresenta, mas afinal isto é cinema para ver ou para fazer contas à vida? Um McConaughey em pico de forma e um extraordinário visual fazem de Interstellar um dos thrillers mais entusiasmantes da década.


131º "Star Wars: Episode VIII - The Last Jedi" (2017) - Rian Johnson

Um filme adorado pela crítica, mas não tanto pelos fãs, Rian Johnson está mais preocupado em realizar um grande thriller de ficção científica do que propriamente fazer fan service. Por vezes esquecemo-nos que estamos a ver um Star Wars para viajar num argumento que parece ter vida própria, transposto para a tela com uma mestria imagética e de suspense de rara eficácia. The Last Jedi é o melhor Star Wars desde a trilogia original.



130º "Insidious" (2011) - James Wan

Com The Conjuring, James Wan é o realizador americano responsável pelos melhores blockbusters americanos de terror da década. Insidious joga com todos os clichés do género, sem quaisquer problemas de auto-estima, para construir uma atmosfera de horror de extrema eficácia. Apesar do seu elevado orçamento, consegue parecer um pequeno filme de terror que se deixa queimar lentamente. Delicioso.


129º "Joker" (2019) - Todd Phillips 

Não exageremos. Apesar de ser um fantástico crowd pleaser, Joker não é o melhor filme do ano, não é o melhor filme da década, e certamente não é o melhor filme desde 2001: Odisseia no Espaço. Mas é, por mérito próprio, um grande filme. Com mais uma grande interpretação de Joaquin Phoenix, Joker foge da linguagem comum dos filmes de super heróis para se assumir um drama psicológico que poderia estar a falar de outra personagem qualquer. Bebendo de algo tão distinto deste universo de heróis e vilões, Joker aproxima-se mais um Taxi Driver de Scorsese do que de um Dark Knight de Nolan.



128º "Wind River" (2017) - Taylor Sheridan

Um misterioso thriller policial nas terras do deserto branco do Wyoming, Jeremy Renner e Elizabeth Olsen dão cartas num argumento sólido que poderia ter sido escrito por Fincher. Transportando o espectador para o seu desconfortável manto frio onde parece não haver regras, Wind River é um belíssimo exemplo de construção atmosférica e de personagem.



127º "Rush" (2013) - Ron Howard

Filmes de carros, algo tão difícil de passar com qualidade para a tela, mas Rush é o perfeito exemplo de como deve ser feito. Baseando-se na rivalidade de dois grandes pilotos de Fórmula 1 na década de 70, este é um elogio ao movimento, à rivalidade e à emoção. É o melhor filme de desportos motorizados da década, isto escrito por alguém que nem lhes acha grande piada.





126º "Inception" (2010) - Christopher Nolan

Mais um filme de Nolan nesta tranche. Actualmente parece que ficou na moda maldizer Inception, mas lembram-se bem da originalidade da pica que sentiram ao vê-lo? Como é assinatura do realizador, o ritmo é imparável, a construção de tensão irrespirável e o efeito visual de entretenimento não preço. Todos têm o direito de gostar de cinema e Inception foi o filme que misturou suspense e intelecto como poucos fizeram.



125º "Moneyball" (2012) - Bennet Miller

Quem diria que era possível fazer um grande filme sobre baseball? Mais do que elogiar o desporto, Miller constrói os bastidores da indústria de forma aparentemente fria mas carregada de emoção. O baseball transforma-se em algo mais do que apenas um bater de bolas com um pau por grunhos americanos, com uma interpretação seguríssima de Brad Pitt e a primeira incursão de Jonah Hill fora da comédia.


124º "The Lighthouse" (2019) - Robert Eggers

Depois de realizar The Witch, Eggers vira-se para a solidão surrealista a preto e branco de Pattinson e Dafoe, sozinhos num calhau perdido no mar com o seu misterioso farol. Lembrando os velhos tempos do cinema mudo alemão e o surrealismo dos anos 70, os planos de rosto de Eggers, os monólogos lancinantes, a atmosfera desconcertante, The Lighthouse é uma belíssima experiência para apreciar no grande écrã. em 4:3.


123º "Don't Breathe" (2016) - Fede Alvarez

Mais um grande exemplo da originalidade que o cinema de terror desta década nos proporcionou, Don't Breathe é mais do que apenas a premissa de um grupo de jovens que decide assaltar a casa de um veterano de guerra invisual. O feitiço vira-se contra o feiticeiro neste thriller eficaz que deixará plateias a aplaudir de satisfação, como aconteceu na edição do Motelx por onde passou.




122º "How Do You Know" (2011) - James L. Brooks

É um dos filmes do mestre James L. Brooks (As Good as it Gets) que pior recepção teve e os motivos são, a nosso ver, misteriosos. Reese Witherspoon, Paul Rudd e Owen Wilson formam o triângulo amoroso desta inteligente comédia romântica que foge de moralismos fáceis e lições de vida, mas nos permite ver, de forma fantasiada, os dramas do amor e da família, para terminar numa fantástica cena aberta, em paragem de autocarro, de destino desconhecido. Nota ainda para aquela que foi, provavelmente, o último papel de Jack Nicholson no grande écrã.


121º Fish Tank (2010) - Andrea Arnold

Quando ainda estava a provar ao Mundo o grande actor que é, Fassbender participou neste filme independente de Andrea Arnold sobre uma jovem que começa a questionar a sua identidade quando a sua mãe solteira apresenta um novo namorado. Mais que um filme social realista sobre as classes mais desfavorecidas numa Grã Bretanha desigual, Arnold oferece um olhar voyeurista sobre a intimidade da sua jovem protagonista, com uma realização visceral e desconcertante.