terça-feira, 25 de outubro de 2016

The Magnificent Seven (2016)


Os Sete Magníficos é, por si só, um nome sonante. Remake de The Magnificent Seven de 1960 com Steve McQueen, Charles Bronson, Eli Wallach, entre outros, por sua vez remake americano d'Os Sete Samurais de Kurosawa, estes novos 7 magníficos, em 2016, só podia ser prenúncio de blockbuster, daqueles com alguns problemas de identidade e audácia, não vá a corda esticar demais e partir. O realizador é competente, Antoine Fuqua (Shooter, Southpaw), e o elenco também. Há aqui suspiros de boa realização, meia dúzia de boas imagens e boas interpretações de actores superiores (que acabam por não ter espaço para brilhar), mas estes 7 magníficos, que mais parecem uma espécie de irmandade do anel dos cowboys, não passa de razoável entretenimento que precisava de arriscar um pouco mais. Os dados que lança, nomeadamente a decisão de ter como protagonista um cowboy negro, permitir-lhe-iam isso, pelo que não faz grande sentido fazer essa escolha sem ser para alcançar uma determinada homogeneidade democrática nos seus protagonistas, que afinal de contas são sete e são todos "magníficos". A mega-produção prefere ignorar o drama e as tensões raciais da época a favor de um enredo mais estereotipado, que não ofende ninguém, parecendo por vezes mais um Lone Ranger da Disney do que um western de vingança movida por uma bela viúva que aqui infelizmente é mais objecto humorístico datado do que personagem. Neste Magnificent Seven o western é teatral, macio, básico, um bem vs mal sem zonas cinzentas que seriam muito bem vindas. Denzel Washington faz de si próprio, assim como Chris Pratt (entre cowboy, domador de dinossauros e guardião de galáxias só muda a cor do colete), coadjuvados por um limitado Ethan Hawke e um urso Vincent D'Onofrio, todos eles bem q.b.. As personagens são "giras", mas dividindo o tempo de antena por todas sobra pouco espaço para desenvolvimentos. Ainda assim, o carisma dos actores (falta falar do vilão Peter Skarsgaard que consegue agarrar o filme após alguns minutos de sincero desinteresse, e tem no desenlace com Denzel a melhor cena do filme) consegue fazer deste um agradável filme de entretenimento, sem grandes aspirações além da exploração do seu próprio nome. Devia, e realmente podia, ter sido algo bem mais interessante. Assim é apenas meramente divertido.

Porque é bom: Agradável entretenimento, com interpretações razoavelmente boas de um elenco carismático o suficiente para levar o espectador na aventura.

Porque é mau: Enredo demasiado estereotipado e inocentemente democratizado, qual blockbuster que não ofende ninguém, mas que também não é interessante o suficiente para intrigar; pouco espaço para o bom leque de actores fazer algo mais do que apenas cumprir serviços minímos.

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