The Walk, passando a redundância, é uma linha recta de competência
narrativa com poucos desequilíbrios pelo caminho em direcção ao clímax
que lhe dá o nome. É decorado com momentos de boa comédia e boas
interpretações, estilo pequena aventura traquina que terá proporções
verdadeiramente épicas. Uma espécie de grupo de miúdos irresponsáveis e
com muitos sonhos que arquitectam, qual grupo de espiões, um plano mais
ou menos lógico para conseguir a grande proeza de estender um cabo entre
as duas torres e nele colocar um equilibrista, sem que ninguém o
descubra até, claro, ao momento em que esteja lá em cima. E aí os
traquinas nada mais poderão fazer.
A
travessia em si é efectivamente espectacular, muito graças à tecnologia
3D que acompanha o filme e que aqui é, muito sinceramente, perfeita. A
cinematografia tem também toques de brilhantismo, e enquanto
espectadores temos durante esse clímax um momento de, como dizer,
intenso prazer visual. O problema é que, mesmo sobrepondo a travessia
final à linha apenas muito competente que é o resto do filme, parece que
nos falta algo nesta experiência fílmica, e isso é culpa de sabermos de
antemão mais ou menos tudo aquilo que se irá passar. Ao invés de irmos
descobrindo o filme através do seu desenrolar, simplesmente nos sentamos
num carrinho de uma montanha russa cujos loopings já vimos e
antecipámos enquanto estávamos na fila à espera de entrar na diversão.
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