sábado, 17 de outubro de 2015

Everest (2015)



Evereste, dentro da sua auto-induzida sobriedade e objectividade que por vezes torna algo confuso o relacionamento e a identificação das personagens (alguns dos actores mais conhecidos afinal são apenas personagens de corpo presente quando a sua introdução indicava precisamente o contrário) consegue ser relativamente eficaz ao se aproximar mais de uma reconstrução documental de algo que aconteceu naquele ano de 1996 na montanha, ao invés de ir de encontro a um aproveitamento comercial, feroz e descarado dos acontecimentos para fazer um filme. Kormákur tem coragem ao seguir esta direção, é certo, mas não consegue evitar um ou outro ponto de sobredramatização aqui e ali, sem se perceber particularmente porque razão isso acontece, o que impede o filme de ser uniforme quando aparentemente era isso que pretendia. Essa falta de uniformidade no tratamento de algumas situações torna as personagens de Evereste, que são de facto muitas, algo desequilibradas no seu conjunto, e é esse o calcanhar de aquiles do filme. A acção em si sofre alguns solavancos em termos de lógica de encadeamento de narrativa cinematográfica, ao induzir o espectador de que está a ver, por exemplo, o clímax quando afinal está apenas a ver uma cena sem grande importância no desenvolvimento narrativo, o que confunde o espectador num filme que pela sua natureza pretensamente documental em nada deveria confundir o espectador.

 

Trailer:
 

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