sábado, 23 de abril de 2016

The Witch (2015)


Passado em 1630, em New England, The Witch é filme de mistério e horror que acompanha uma família de religiosos puritanos ingleses que emigraram para aquela zona dos Estados Unidos. Neste campo é soberbo, é trabalho de época credível e que raramente se vê no género, que aqui se apresenta como terror mas que está mais próximo do mistério sugestivo que alguns jovens realizadores recentes, como Ti West, aprenderam a utilizar. Este é o primeiro filme de Robert Eggers e que desde já permite antever que terá futuro no género. The Witch assume uma personalidade própria, é hermético em espaço e ideias, e deixa o espectador numa posição desconfortável perante o modo de vida desta família à época fanaticamente religiosa. Aliando esse desconforto perante a postura das nossas personagens, todas bem desenvolvidas e interpretadas (o que mais uma vez é positivamente incomum) ao mistério do que aparentemente existirá nos bosques, uma bruxa servente do diabo, The Witch torna-se misteriosamente arrepiante, e é maravilhoso como o horror de sugestão continua a ser o melhor de todos. Podia ser só isto que já seria bom e audaz o suficiente para criar um dos melhores mistérios de horror dos últimos anos, mas The Witch ainda oferece uma realização muito acima da média, com planos criativos cuidadosamente construídos e uma fotografia cinza depressiva, como todo o filme, que joga com luzes e sombras, ambientes diurnos e nocturnos, para um bom momento visual, ou não tivesse este sido o vencedor do prémio de melhor realização em Sundance. 

Porque é bom: Excelente realização, personalizada e visualmente interessante; horror de época credível; atmosfera misteriosa e medonha; prefere sugerir o horror a mostrá-lo; ritmo lento, acumulando tensão; ausência de sustos baratos.

Porque é mau: O terror de sugestão e o ritmo lento não agradarão a quem prefere acção e sustos de forma equilibrada ao longo do filme; a temática religiosa por vezes pode ser demasiado sufocante.

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