When Marnie Was There aparenta
ser um filme simples, ternurento e algo inconsequente da primeira vez que se
olha para ele, mas à medida que a sua ideia é desenvolvida, assim como a sua
personagem principal, o filme embala-nos com a maior das eficácias na sua
ruralidade, no seu imaginário e nos seus temas, familiares em ambos os sentidos
da palavra, que conseguem revolver alguns preconceitos e estereótipos sem nunca
os chamar pelo nome. Anna é uma menina adolescente pouco social que prefere
pintar sozinha a estar com outros da sua idade. Ao conhecer Marnie, uma menina
que pela primeira vez não a julga por ser como é, Anna fica maravilhada, as
suas inseguranças transformam-se em convicções e somos transportados para o
coração de uma idade na adolescência em que se definem personalidades e se
descobrem fragilidades, sociais e mentais. When Marnie Was There coloca-as
aqui, a nú, ao olho do espectador de 2016, num período em que atravessamos um
momento decisivo na mudança de mentalidades e discussão de tabus que teimam em deixar
de o ser, ainda que o filme prefira a sugestão à concretização. Que essa opção
não seja entendida como uma oportunidade falhada, pois está longe de o ser! Os
estúdios Ghibli nunca fizeram propriamente filmes irrelevantes, mas enquanto
este não é um conto sobre castelos voadores, fadas ou dragões, a sua relevância
enquanto produto “além cinema” assume-o como algo mais do que um mero filme de
animação de excelência.
Porque é bom: Explora alguns temas chave no desenvolvimento da personalidade na adolescência; realismo familiar com temas familiares; apaixonante e entusiasmante; a qualidade da animação
Porque é mau: Não concretiza algumas das suas ideias
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