Bridge of Spies é mais que competente a
todos os níveis. Spielberg realiza no seu estilo narrativa, aliado a uma muito
boa fotografia cinza que normalmente associamos a imagens de Guerra Fria. Tom Hanks tem
uma boa interpretação, assim como Mark Rylance, neste thriller diplomático. No
entanto, apesar da qualidade estar lá praticamente sempre, Spielberg precisa de
arriscar mais um pouco. Não basta a reflexão sobre os ideais que se opunham na
Guerra Fria, sobre o estatuto de um homem que pode fazer a diferença, sobre a
sua vida pessoal. Há que dar algo mais ao espectador que apenas segurança e esperança, mas
de qualquer forma não se compara à prisão formalista dos interiores de Lincoln.
Pois claro, não é possível apontar muito mais o dedo a Bridge of Spies, já que
tudo aquilo que ele faz é bem feito dentro daquilo que se espera desta linha de
cinema de entretenimento narrativo com contexto histórico. Dispõe bem e ainda
ensina algumas coisas. Tom Hanks já se sabe, é como estarmos lado a lado com
ele, como se fosse aquele tipo porreiro que conhecemos algures nas nossas
vidas. Talvez seja esse o toque que faz verdadeiramente a diferença em Bridge of Spies, o momento em que o cinema se torna algo de estranhamente familiar. E isso é aconchegante.
Porque é bom: Mais que competente a todos os níveis; a interpretação aconchegante de Tom Hanks; bom entretenimento histórico; cinematografia
Porque é mau: Arrisca muito pouco; nunca sai da linha narrativa expectável
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