Está perto a 90º cerimónia dos Óscares, número redondo para a Academia. O lote de nomeados este ano é globalmente inferior ao do ano passado, com apenas 2 filmes a obterem acima de 3 estrelas no Fading Cam, no entanto todos os nomeados são no mínimo interessantes, ainda que mal executados, com uma variedade de géneros nunca antes vista numa cerimónia. Get Out representa uma das raras vezes que um filme de terror, ainda por cima racial, chega aos nomeados por demanda popular. Temos também a história de romance homossexual com cunho europeu de Call Me by Your Name e a fantasia grotesca de The Shape of Water, além do tradicional biopic de Darkest Hour e a mensagem social de The Post. Existe o indie realizado no feminino de Lady Bird e o drama histórico de guerra Dunkirk. No meio de tanta variedade os dois filmes que mais se destacam é o drama rural, com o melhor argumento do ano, de Three Billboards Outside Ebbing, Missouri e a obra-prima plástica, as únicas 5 estrelas em 2 anos aqui atribuídas, que é Phantom Thread. Eis as escolhas, ausências, curiosidades e 5 motivos pelos quais The Shape of Water não deve vencer o grande prémio da noite:
As notas do The Fading Cam aos 9 nomeados para melhor filme (todas as críticas consultáveis na lista lateral e clicáveis)
As previsões, preferências e potenciais surpresas:
Óscar de melhor filme:
Quem vai ganhar - Three Billboards Outside Ebbing, Missouri
Quem deveria ganhar - Phantom Thread
Quem pode fazer uma surpresa - The Shape of Water
Este ano a lista de melhores filmes apresenta uma qualidade globalmente inferior ao ano passado, mas existem dois filmes que se superiorizam em relação a todos os outros: Phantom Thread e Three Billboards Outside Ebbing, Missouri. Enquanto Phantom Threat representa o maior achievement cinematográfico de todos os nomeados, com uma realização, interpretações e banda sonora perfeitas (é a única obra-prima do ano), Three Billboards representa o melhor que se pode fazer a nível argumentativo e de desenvolvimento de personagem, ilustrando sem pretensiosismos moralistas o sentimento de injustiça na América esquecida pelas grandes metrópoles. Shape of Water pode fazer uma surpresa, o que seria de uma enorme injustiça.
Óscar de melhor actriz principal:
Quem vai ganhar - Frances McDormand (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)
Quem deveria ganhar - Frances McDormand (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)
Quem pode fazer uma surpresa - Sally Hawkins, Margot Robbie e Saoirse Ronan (The Shape of Water, I, Tonya, Lady Bird)
Contrariamente aos nomeados para o melhor filme, esta é uma categoria muito equilibrada onde parece que a veterana Meryl Streep é a actriz que está pior posicionada para vencer. Também contrariamente às nomeadas do ano passado, este ano a qualidade das actrizes nivela-se por cima, com 3 excelentes interpretações: Frances McDormand, Margot Robbie e Saoirse Ronan, e uma outra, Sally Hawkins, que beneficia mais das características da personagem que interpreta do que da interpretação em si, um pouco como Eddie Redmayne em Theory of Everything. Frances McDormand deve vencer, com justiça.
Óscar de melhor actor principal:
Quem vai ganhar - Gary Oldman (Darkest Hour)
Quem deveria ganhar - Gary Oldman (Darkest Hour)
Quem pode fazer uma surpresa - Daniel Day-Lewis (Phantom Thread)
A colheita de nomeados para melhor actor é menos interessante que a das homologas do sexo feminino, o que pode ser um sinal dos tempos. Destaca-se Gary Oldman, que mais que habilmente interpretar Churchill num biopic típico de óscar, consegue elevar a personalidade do próprio filme que protagoniza, com brilhantes diálogos e monólogos que perfeitamente ilustram as capacidades do veterano actor, sobrepondo-se à vantagem que a própria caracterização da personagem já poderia trazer. Daniel Day-Lewis pode fazer uma surpresa devido ao facto de ser muitas vezes rotulado como o melhor actor dos nossos tempos e de este ser alegadamente o seu último filme.
Óscar de melhor actriz secundária:
Quem vai ganhar - Allison Janey (I, Tonya)
Quem deveria ganhar - Lesley Manville (Phantom Thread)
Quem pode fazer uma surpresa - Lesley Manville (Phantom Thread)
Dentro das categorias de interpretação, esta é a mais difícil de prever, já que nenhuma das nomeações é particularmente boa, nivelando-se. Com a excepção de Octavia Spencer e de Mary J. Blige, que não é actriz de profissão, as outras 3 nomeadas, por onde deverá ficar o óscar, estão mais ligadas à televisão que ao cinema. Allison Janey provavelmente vencerá pela sua longa carreira e pelo facto de ter já vencido com este papel o golden globe e o Bafta, mas a justa vencedora seria Lesley Manville, com a sua interpretação misteriosa, contida e imaculada dentro da perfeição que é Phantom Thread.
Óscar de melhor actor secundário:
Quem vai ganhar - Sam Rockwell (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)
Quem deveria ganhar - Sam Rockwell (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)
Quem pode fazer uma surpresa - Willem Dafoe ou Richard Jenkins (The Florida Project, The Shape of Water)
Desta vez são os nomeados masculinos que apresentam um lote mais interessante que as suas homólogas. Sam Rockwell deverá vencer com justiça no papel de polícia racista e saloio que encontra a redenção. Willem Dafoe, o melhor que The Florida Project tem para oferecer, poderá ver também o seu papel e carreira premiados, assim como Richard Jenkins por dar vida à audaciosa personagem de um homossexual de meia idade nos anos 60.
Óscar de melhor realizador:
Quem vai ganhar - Guillermo Del Toro (The Shape of Water)
Quem deveria ganhar - Paul Thomas Anderson (Phantom Thread)
Quem pode fazer uma surpresa - Greta Gerwig (Lady Bird)
Num ano em que Paul Thomas Anderson nos entrega a melhor realização da sua carreira, e uma das melhores, no mínimo, da década, infelizmente parece que o Óscar irá para Guillermo Del Toro que não tem tido vergonha em assumir que o deseja arduamente. Devido ao movimento #metoo e a todo o impacto social e político que os Óscares têm tido nos últimos anos o prémio pode simbolicamente ir para Greta Gerwig, uma vez que até hoje apenas uma mulher, Kathryn Bigelow, venceu este óscar, sendo Gerwig apenas a quinta nomeada em toda a história.
Óscar de melhor argumento original:
Quem vai ganhar - The Shape of Water
Quem deveria ganhar - Three Billboards Outside Ebbing, Missouri
Quem pode fazer uma surpresa - Get Out
A fábula grotesca de Del Toro deve vencer devido à originalidade e à mistura de temáticas que atira para o seu argumento. O justo vencedor seria Three Billboards, com os seus complexos arcos de desenvolvimento de personagem, diálogos e equilíbrio entre drama e humor negro. Get Out, apelidado como o mais original filme de terror dos últimos anos, focado no racismo, pode surpreender.
Óscar de melhor argumento adaptado:
Quem vai ganhar - Call Me by Your Name
Quem deveria ganhar - Call Me by Your Name
Quem pode fazer uma surpresa - Logan
Este é um óscar onde um dos nomeados, Call Me by Your Name, se destaca com uma grande distância para todos os outros, com um argumento habilmente escrito, desafiador de convenções e de uma linguagem cinematográfica sensível pouco associada aos grandes prémios. Logan, apelidado como o mais dramaticamente original filme de super-heróis até hoje, talvez apenas superado por The Dark Knight, pode apanhar todos de surpresa, embora seja pouco provável que tal aconteça.
Óscar de melhor fotografia:
Quem vai ganhar: The Shape of Water
Quem deveria ganhar: Blade Runner 2049
Quem pode fazer uma surpresa: The Darkest Hour
A palete húmida de Shape of Water deverá vencer, mas a identidade tonal sólida e forte de Blade Runner 2049, provavelmente o filme mais interessante do ponto de vista visual do ano, merecia atribuir a Roger Deakins o seu primeiro óscar ao fim de 14 nomeações. The Darkest Hour parece também bem colocado para vencer, apesar de não apresentar o melhor trabalho no campo da fotografia.
Óscar de melhor banda sonora:
Quem vai ganhar: Alexandre Desplat (The Shape of Water)
Quem deveria ganhar: Jonny Greenwood (Phantom Thread)
Quem pode fazer uma surpresa: Hans Zimmer (Dunkirk)
A banda sonora de Desplat, muito inspirada em Yann Tiersen, associada à popularidade de Shape of Water devem fazer com que receba o óscar, no entanto o justo vencedor seria Jonny Greenwood, que compõe para Phantom Thread uma banda sonora de grande variedade e complexidade, quase autonomizável enquanto personagem que habita todo o filme. O ruído hipnótico e ansioso de Hans Zimmer para Dunkirk, que obteve reacções extremistas quanto à sua qualidade, pode ser o vencedor surpresa.
Os dois grandes filmes que a Academia não nomeou para melhor filme:
Blade Runner 2049
Pode ser polémico, mas não é descabido dizer que Blade Runner 2049 consegue em muitos campos superar o original. Dennis Villeneuve assina uma das melhores realizações de 2017, com um argumento notável, respirado, que estende o universo criado por Ridley Scott de forma rica e coesa. A forma equilibrada com que são introduzidos silêncios e movimento, mistério e acção, associada à mais brilhante cinematografia do ano (Roger Deakins), fazem desta uma das melhores sequelas de todos os tempos, uma obra de arte visual para admirar, com uma das mais criativas cenas do cinema de entretenimento dos últimos anos: as relações sexuais entre um andróide e um holograma.
Lucky
O último papel do icónico Harry Dean Stanton, filmado quando tinha 90 anos, e que infelizmente não chegou a ver estrear devido ao seu falecimento duas semanas antes desse momento, não só merecia a nomeação, como deveria ser o grande vencedor do Óscar de melhor actor principal. Além de um olhar atento à ruralidade do deserto norte-americano, Lucky é uma humilde reflexão sobre a mortalidade, cristalizada no dia a dia do seu protagonista que, consciente do seu niilismo por vezes desconcertante que não se coíbe de expressar, se vê cada vez mais consciente da sua condição. Lucky é um dos mais belos filmes do ano e é imperdoável que não esteja nomeado em nenhuma categoria.
Os dois filmes "fora da caixa" que fazem história pela sua nomeação
Call Me by Your Name
Basta lembrarmo-nos de Brokeback Mountain para perceber que não é a primeira vez que um romance homossexual chega aos Óscares. Ainda assim nunca aqui tinha chegado um tão audaz e tão reflexivo de uma delicadeza e linguagem cinematográficas normalmente associadas ao cinema europeu. Não é de espantar uma vez que o realizador Luca Guadagnino é italiano e filma a película no Norte de Itália, durante o tal Verão quente que pauta toda a atmosfera do filme. Não é comum um filme de origem europeia que não o Reino Unido ser nomeado para melhor filme, e muito menos um cuja temática é, em sentido estrito, a homossexualidade e, em sentido lato, a universalidade do amor.
Get Out
É muito raro, ainda mais raro que nomear o sexo feminino para o Óscar de melhor realizador, um filme de género, nomeadamente de terror, ser nomeado para o Óscar de melhor filme. Get Out é apenas o terceiro na história, a seguir a O Exorcista (1974) e O Silêncio dos Inocentes (1991). A sua temática racial, tão raramente explorada no cinema de terror, atribui-lhe um cunho ainda mais único, vendo a sua originalidade argumentativa, que apenas se perde pelo final,premiada com esta nomeação. A vontade e pressão do grande público para que tal acontecesse ajudou.
5 razões pelas quais The Shape of Water não deve ser o grande vencedor da noite:
The Shape of Water conquista pela originalidade da sua fábula, no entanto a sua superficialidade e crise de identidade fazem com que este seja o pior dos nomeados para os Óscares deste ano. Parece um paradoxo absurdo que o pior dos nomeados seja, afinal, aquele que acabou por obter mais nomeações, com 13. Eis 5 razões para que não deva vencer o prémio maior.
#1 O romance apresentado não é credível
The Shape of Water foca-se no romance entre uma empregada de limpeza muda e um monstro aquático, todavia raros são os momentos em que as bases desse romance são demonstradas e desenvolvidas em écrã. A personagem de Sally Hawkins apresenta-se como uma mulher sexualmente carente, e a sua aproximação para com a criatura é forçada e descontextualizada, quanto mais ao ponto de desenvolver uma relação amorosa.
#2 Mistura várias géneros e temáticas de forma desconexa e subdesenvolvida
Del Toro orgulha-se de apresentar um filme pretensamente diferente que aborda o maior número de géneros que nele couberem, sem se preocupar com a sua articulação: romance, drama, terror, espionagem, preenchendo a quota politicamente correcta da homossexualidade e do racismo sem existir um motivo concreto para isso no argumento. Assim é batota.
#3 As personagens são estereótipos sem desenvolvimento, estereotipando ainda as minorias
Tudo em Shape of Water é estereotipado e explorado pela rama, a começar pelas suas personagens. O vilão de Michael Shannon é básico e sem qualquer característica que o distinga, Sally Hawkins é a desprotegida inocente, Octavia Spencer parece apenas preencher a quota racial com uma empregada de limpeza que faz frente ao seu marido, piscando também o olho ao orgulho feminino de forma bacoca, e Richard Jenkins o mesmo em relação à homossexualidade. Estas temáticas e problemáticas de minoria merecem um tratamento muito mais honesto em cinema do que a sua mera estereotipização básica e em nada melhoram a condição da sua discriminação na sétima arte. É lamentável que Del Toro se aproveite das actuais movimentações sociais para ganhar pontos com o seu filme desta forma. Pior, é lamentável a hipocrisia da Academia ao nomeá-lo em tantas categorias.
#4 O argumento é tão superficial e apressado que chega a ser embaraçoso
Del Toro tinha uma difícil tarefa de picar vários pontos para conseguir completar a sua obra prima, e esmagar tantos sub-géneros e mensagens sociais no mesmo filme tiveram um custo: nada é aprofundado e tudo é apressado, não chegando sequer a existir um diálogo minimamente interessante ao longo de todo o filme. Michael Shannon esforça-se, mas o material de base simplesmente não o deixa brilhar. Incrível como Richard Jenkins e Octavia Spencer estão nomeados apenas por interpretarem uma minoria e Michael Shannon fica de fora por interpretar um vilão que é tudo aquilo a que a Academia não quer ser neste momento: racista, machista e xenófobo.
#5 A cópia emocional de Amélie e a violência descontextualizada
Não é novidade a legítima comparação que tem vindo a ser feita entre Amélie e The Shape of Water. Com efeito os minutos iniciais do filme são quase uma cópia a nível de realização e argumento, e a própria caracterização, física e psicológica, da personagem principal de Sally Hawkins o são. Acresce a banda sonora de Alexandre Desplat, um autêntico pastiche de Yann Tiersen para Amélie. Del Toro tenta fugir à inocência e poesia do filme de Pierre Jeunet de várias formas, entre elas a introdução de cenas de violência e body horror completamente gratuitas e descontextualizadas.
As grandes ausências e surpresas nas nomeações
A ausência de Harry Dean Stanton (Lucky) para melhor actor principal
O veterano actor de 91 anos, que faleceu 2 semanas antes da estreia do seu último filme, deveria não só ter sido nomeado como ganhar o Óscar para melhor actor.
A injusta nomeação de Daniel Kaluuya (Get Out) para melhor actor principal
Apesar de Get Out ser um filme muito original, não deixa de obedecer à linguagem convencional do cinema de terror e Daniel Kaluuya tem uma interpretação banal dentro daquilo que é o cinema de género. Nomeá-lo é banalizar a categoria, e tal apenas aconteceu devido à simbologia da sua personagem e não à interpretação em si.
A bela nomeação e grande afirmação de Margot Robbie (I, Tonya) como melhor actriz principal
Se existe actriz ou actor que se destaca pela sua inesperada grande interpretação é Margot Robbie. A sua nomeação é justíssima e, não fora uma Frances McDormand superlativa, Robbie deveria vencer o Óscar de melhor actriz principal. O cinema americano ganhou a afirmação de mais uma grande actriz.
A injustíssima ausência de Vicky Krieps (Phantom Thread) para melhor actriz principal
Phantom Thread é equilibradamente encabeçado por uma competentíssima trilogia de actores, a começar pela desconhecida Vicky Krieps, personagem principal e narradora, que transporta todo o filme com uma interpretação visceralmente invasiva que supera a de Daniel Day-Lewis. Krieps tinha que estar nomeada.
A inexplicável nomeação de Meryl Streep (The Post) para melhor actriz principal
Começa a ser cansativo e quase anedótico ver Meryl Streep nomeada para o Óscar de melhor actriz principal ano após ano. Parece que tal se tornou uma obrigação politicamente correcta, independentemente de qual seja o filme ou papel interpretado, tendo a veterana mesmo sido nomeada pelo seu papel de bruxa num filme medíocre como Into the Woods. É lamentável, principalmente quando, neste caso, a sua personagem nem sequer é principal mas sim secundária.
A boa surpresa que foi a nomeação de Willem Dafoe (The Florida Project) para melhor actor secundário
A interpretação de Dafoe no filme de Sean Baker é uma das coisas mais reconfortantes que o cinema teve para oferecer em 2017. Sam Rockwell tem uma brilhante interpretação em Three Billboards, mas Dafoe venceria também muito justamente o Óscar.
A bela e inesperada nomeação de Lesley Manville (Phantom Thread) para melhor actriz secundária
A trilogia de actores de Phantom Thread fica completa com a misteriosa e austera personagem de Lesley Manville, que dá tom ao filme, mas ao mesmo tempo de dilui no seu cenário, quase como um espírito que habita a casa de Woodcock. Não se esperava a sua nomeação e a vitória seria justa.
A afirmação de 2 grandes actrizes de TV no cinema (Laurie Metcalf em Lady Bird e Allison Janney em I, Tonya)
É raro vermos ambas as actrizes no grande écrã, mais habituadas a fazer televisão. Ambas têm uma bela interpretação e é bom ver que a Academia perdeu o preconceito de nomear caras menos conhecidas.
A inexplicável ausência de Dennis Villeneuve (Blade Runner 2049) para melhor realizador
É mais uma ausência imperdoável. A seguir a Paul Thomas Anderson (Phantom Thread), Villeneuve apresenta o melhor trabalho a nível de realização do ano. Preconceito da Academia em nomear o realizador de uma sequela que não teve sucesso na bilheteira, em detrimento de livrar da acusação de preconceito por não nomear Jordan Peele (Get Out) e Greta Gerwig (Lady Bird), o que acabou por fazer.
A ausência de Blade Runner 2049, The Florida Project e I, Tonya para melhor argumento
Os três filmes oferecem 3 dos melhores argumentos que 2017 ofereceu, da ficção científica de Blade Runner 2049, à reflexão hiper realista social de The Florida Project, terminando nos cruéis bastidores do desporto de alta competição de I, Tonya. A Academia preferiu a xaropada de The Big Sick, a cada vez menor originalidade de Logan e a mediocridade de Molly's Game.
A nomeação de Boss Baby para melhor filme de animação
É algo que diz muito sobre o actual estado do cinema de animação Não existiria nenhum exemplar de animação japonesa para nomear em vez disto?
A brilhante banda sonora de Phantom Thread
Jonny Greenwood assina uma das melhores bandas sonoras de que há memória. Tem que levar a estatueta.
A lufada de ar fresco que é a música de Sufjan Stevens (Call Me by Your Name) para melhor canção original
É revigorante que pela primeira vez em anos o vencedor do Óscar de melhor canção original não seja, ao que tudo indica, uma megalomania pop. Terá o fenómeno Salvador Sobral chegado aos Óscares?
Desde Sully que não se via um candidato a mistura e edição de som tão forte. Dunkirk deve levar as duas estatuetas para casa.
A nomeação de A Bela e o Monstro para melhor guarda-roupa
Custa sempre ver cinema desta mediocridade associado aos grandes prémios do cinema norte-americano. Não se poderia ter nomeado para esta categoria Dunkirk ou Blade Runner 2049?
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